Em homenagem a inesquecível Gilda.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Frida Khalo
''Algum tempo atrás, talvez uns dias, eu era uma moça caminhando por um mundo de cores, com formas claras e tangíveis. Tudo era misterioso e havia algo oculto; adivinhar-lhe a natureza era um jogo para mim. Se você soubesse como é terrível obter o conhecimento de repente - como um relâmpago iluminado a Terra! Agora, vivo num planeta dolorido, transparente como gelo. É como se houvesse aprendido tudo de uma vez, numa questão de segundos. Minhas amigas e colegas tornaram-se mulheres lentamente. Eu envelheci em instantes e agora tudo está embotado e plano. Sei que não há nada escondido; se houvesse, eu veria.''
O Defunto
Entrou no quarto, deitou-se na cama, vestido, de paletó, colarinho, gravata, sapatos. Uniu bem os pés; entrelaçou as mãos, na altura do peito; e assim ficou. Pouco depois, a mulher surgiu na porta. Durante alguns momentos esteve imóvel e muda, numa contemplação maravilhada. Acabou murmurando:
— O jantar está na mesa.
Ele, sem se mexer, respondeu:
— Pela ultima vez: morri. Estou morto.
A outra não insistiu. Deixou o quarto, foi dizer à empregada que tirasse a mesa e que não faziam mais as refeições em casa. Em seguida, voltou para o quarto e lá ficou. Apanhou um rosário, sentou-se perto da cama: aceitava a morte do marido como tal; e foi como viúva que rezou. Depois do que ela própria fazia nos lotações, nada mais a espantava. Passou a noite fazendo quarto. No dia seguinte, a mesma cena. E só saiu, à tarde, para sua escapada delirante, de lotação. Regressou horas depois. Retomou o rosário, sentou-se e continuou o velório do marido vivo.
O texto acima, extraído do livro "A vida como ela é...",
Nelson Rodrigues
Pensamento Felino
Há tempos que o tempo escreve histórias que o verbo não conta...
Memórias que o tempo tece, nem sempre tem o tom tão leve...
Às vezes molham os olhos...
... noutras...
Vincam a pele...
Paloma Hirt
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Qual o seu fetiche?
Podolatria?
Roupas de couro?
Ser dominado por uma bela mulher?
Tenha coragem, escolha o seu e divirta-se!
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Dar não é Fazer Amor (Luís Fernando Veríssimo)
Dar é dar.
Fazer amor é lindo,
é sublime,
é encantador,
é esplêndido,
mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa
que alguém te puxa os cabelos da nuca,
te chama de nomes que eu não escreveria,
não te vira com delicadeza,
não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar,
sem querer apresentar pra mãe,
sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque
o cara te esquenta a coluna vertebral,
te amolece o gingado, te molha o instinto.
Dar porque
a vida de uma publicitária em começo de carreira
é estressante, e dar relaxa.
Dar porque
se você não der para ele hoje,
vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Dar sem esperar ouvir promessas,
sem esperar ouvir carinhos,
sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para as mais desavisadas, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazia.
Dar é não ganhar.
É não ganhar
um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro
quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar,
para apresentar pra mãe,
pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que cê acha amor?".
Dar é inevitável,
dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda,
muito mais do que qualquer coisa,
uma chance ao amor, esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa,
cura o mau humor,
ameniza todas as crises e faz você flutuar
o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua.
Se você for chata, suas amigas perdoam.
Se você for brava, suas amigas perdoam.
Até se você for magra, as suas amigas perdoam.
Mas... experimente ser amada."
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Se te pareço ausente, não creias ... (Lya Luft)
Se te pareço ausente, não creias: Hora a hora o meu amor agarra-se aos teus braços, Hora a hora o meu desejo revolve estes escombros E escorrem dos meus olhos mais promessas. Não acredites neste breve sono; Não dês valor maior ao meu silêncio; E se leres recados numa folha branca, Não creias também: é preciso encostar Teus lábios em meus lábios para ouvir. Nem acredites se pensas que te falo: Palavras São o meu jeito mais secreto de calar.
Horas rubras (Florbela Espanca)
Horas profundas,lentas e caladas
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas…
Ouço as olaias rindo desgrenhadas…
Tombam astros em fogo, astros dementes.
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p’las estradas…
Os meus lábios são brancos como lagos…
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras…
Sou chama e neve branca misteriosa…
E sou talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!
quinta-feira, 15 de julho de 2010
O Olhar ...
Um homem só encontrou a mulher ideal quando olhar no seu rosto e ver um anjo, e tendo-a nos braços ter as tentações que só os demônios provocam.
Pablo Picasso
Pablo Picasso
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Shibari
Shibari é uma antiga técnica de amarração usada para tortura na época do Japão feudal. Os nós são extremamente complicados e o resultado e a preocupação com a estética é imprescindível.
Uma cena de shibari, requer tempo, paciência e habilidade para chegar ao seu objetivo.Como forma de arte pode ser sensual, sexual ou causar desconforto físico e mental dependendo do que se pretende.
Assim como a maioria das coisas que exigem paciência e habilidade, o shibari demora algum tempo para ser aprimorado.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Bondage
segunda-feira, 12 de julho de 2010
A dança da Psique (Augusto dos Anjos)
A dança dos encéfalos acesos
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços
As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombam, cedendo à ação de ignotos pesos!
E então que a vaga dos instintos presos
- Mãe de esterilidades e cansaços -Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos
Subitamente a cerebral coréia
Pára. O cosmos sintético da Idéia
Surge. Emoções extraordinárias sinto
Arranco do meu crânio as nebulosas
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços
As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombam, cedendo à ação de ignotos pesos!
E então que a vaga dos instintos presos
- Mãe de esterilidades e cansaços -Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos
Subitamente a cerebral coréia
Pára. O cosmos sintético da Idéia
Surge. Emoções extraordinárias sinto
Arranco do meu crânio as nebulosas
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!
Os teus pés (Pablo Neruda)
Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,
Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram vôo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.
Contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,
Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram vôo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.
domingo, 11 de julho de 2010
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